INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

China tem exército de drones e satélites, mas não é para guerra

Monitoramento do país asiático tem foco ambiental e impressiona pela integração entre ar, terra e mar

Ideia é transformar dados em decisões rápidas e eficientes para proteger o meio ambiente e a saúde da população -  (crédito: Glabb  wikimedia commons )
Ideia é transformar dados em decisões rápidas e eficientes para proteger o meio ambiente e a saúde da população - (crédito: Glabb wikimedia commons )

Diante do aumento da poluição, das mudanças climáticas e da perda de biodiversidade, cientistas chineses desenvolveram uma das maiores e mais modernas redes de monitoramento ambiental do mundo. Batizada de Espaço-Ar-Terra-Mar, a nova estrutura usa satélites, drones, sensores, inteligência artificial e milhares de estações espalhadas pelo país para acompanhar, quase em tempo real, a qualidade do ar, da água, do solo e até das áreas marítimas. A iniciativa, liderada pelo Dr. Dawei Zhang, do Centro Nacional de Monitoramento Ambiental da China, foi detalhada em artigo na revista Environmental Science and Ecotechnology

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A ideia é transformar dados em decisões rápidas e eficientes para proteger o meio ambiente e a saúde da população. Com mais de 330 mil pontos de coleta de dados e sete satélites em órbita, a China agora consegue prevenir e reagir rapidamente a situações de risco, como poluição extrema ou desastres naturais. O sistema também conta com um "cérebro inteligente", central que analisa todas as informações e emite alertas para as autoridades, permitindo ações preventivas antes que o problema se agrave.

"Ter um monitoramento ambiental inteligente deixou de ser um luxo e virou uma necessidade", afirma o Dr. Zhang. Ele explica que, graças à tecnologia, o país já conseguiu reduzir em mais de 35% os níveis de poluição por partículas finas (PM2.5) entre 2015 e 2022. 

Tecnologias desenvolvidas para a rede já foram exportadas para outros países, especialmente integrantes da Iniciativa Cinturão e Rota, com ganhos de eficiência de até 100% e redução de 20% nos custos operacionais. 

“O que estamos propondo é uma espinha dorsal digital global para o desenvolvimento sustentável. Nossa experiência mostra que, quando dados em tempo real são integrados a análises inteligentes, podemos prever, prevenir e até mesmo reverter danos ambientais. Este sistema não é apenas uma conquista nacional — é uma ferramenta escalável e colaborativa que pode ajudar a comunidade global a responder de forma mais eficaz aos desafios ecológicos”, completa o Dr. Zhang. 

 

postado em 17/06/2025 20:07
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