
Após a prisão de João Nazareno Roque, suspeito em facilitar entrada de hackers no sistema da C&M Softwares, delegados da Departamento Estadual de Investigações Criminais (DEIC) da Polícia Civil de São Paulo (PC-SP) detalham a versão de João sobre o caso, nesta sexta-feira (4/7).
Apesar de não divulgarem a quantia exata que foi desviada de bancos pequenos e fintechs vítimas das fraudes, os delegados afirmaram que se trata do maior ataque da história do país, em termos de valores.
“Em relação à estimativa, a gente não pode afirmar hoje uma cifra exata. Mas é um valor muito alto. É o maior da história do Brasil”, detalhou Paulo Barbosa, diretor da 2ª Divisão de Crimes Cibernéticos do DEIC, durante coletiva de imprensa na sede da corporação.
De acordo com os relatos obtidos de João, os delegados concluíram que se tratava de um funcionário da empresa cooptado por criminosos a divulgar informações como login e senha do sistema da C&M, empresa que atua como um intermediário entre bancos menores e fintechs ao sistema do Pix e a outros meios de pagamento controlados pelo Banco Central.
Vítimas das fraudes
De acordo com as investigações, a maior vítima até o momento é o banco BMP, que contratou o software da C&M para realizar suas operações. Além disso, há outros bancos que foram prejudicados, mas não foram informados pela PC-SP, por questões de sigilo.
“Plenamente, a gente não tem dúvidas que o João é um dos co-autores do crime, ele responde por associação criminosa, no mínimo, e um furto qualificado mediante fraude e abuso de confiança”, disse o delegado Barbosa, que acrescentou: “A investigação prossegue e nós vamos identificar o restante do grupo, pelos mesmos crimes, evidentemente”.
Estima-se que os valores desviados superam a casa de bilhões de reais, apesar de ainda não haver confirmação tanto por parte do Banco Central, quanto da polícia. Segundo o delegado Renato Topan, que também integra o DEIC, todas as transferências ocorreram via Pix, apesar de a empresa também oferecer serviços por TED.